Por que produtos de dados precisam ser projetados para compartilhamento e reuso?
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Como os CxOs Podem Liderar essa Transformação?
🔹Dados Sem Reuso São Dados Subutilizados?
A explosão do volume de dados nas organizações trouxe consigo um desafio estratégico: como garantir que os dados sejam utilizados de forma eficiente e escalável?
Tradicionalmente, os dados são tratados como ativos de alto valor, armazenados em data lakes, data warehouses ou lakehouses. No entanto, sem um modelo claro de governança e consumo, essa abordagem muitas vezes resulta em silos de informação, desperdícios operacionais e baixa acessibilidade. Essa fragmentação limita o potencial estratégico dos dados, dificultando sua reutilização e monetização. Para superar esses desafios, é essencial combinar uma abordagem Data-Driven, que garante decisões baseadas em dados, com uma mentalidade orientada a produtos de dados, que transforma dados brutos em ativos consumíveis e reutilizáveis, impulsionando inovação e geração contínua de valor.


Mas por que essa abordagem é essencial?
• Evita a duplicação de esforços e custos.
• Permite que diferentes unidades de negócio usem os mesmos dados para fins distintos.
• Facilita a criação de um ecossistema de dados mais robusto e colaborativo.
A seguir, exploramos as vantagens do compartilhamento e reuso de produtos de dados e quais elementos-chave são fundamentais para implementar essa abordagem de forma eficaz.
Vantagens de Projetar Produtos de Dados para Compartilhamento e Reuso
Tratar dados como produtos na gestão empresarial não é apenas uma mudança de mentalidade— é uma necessidade para garantir escalabilidade, acessibilidade e eficiência operacional. Embora existam inúmeras vantagens nessa abordagem, destacamos três principais que impactam diretamente a capacidade das empresas de compartilhar e reutilizar seus dados de forma inteligente e estratégica.
1. Eficiência Operacional e Redução de Custos.
✔ Menos duplicação: em vez de diferentes áreas coletarem e processarem os mesmos dados separadamente, um único produto de dados pode ser reutilizado em diversos contextos.
✔ Menos retrabalho: times de ciência de dados e engenharia não precisam recriar pipelines ou ajustar modelos para cada novo uso.
✔ Otimização da infraestrutura: evita desperdício de armazenamento e processamento computacional.
2. Governança e Qualidade Unificadas.
✔ Contratos de dados estabelecem regras de acesso e consumo.
✔ Versionamento e rastreabilidade garantem previsibilidade e controle.
✔ Redução de inconsistências e falhas operacionais ao longo do ciclo de vida dos produtos de dados.
3. Escalabilidade e Integração Entre Domínios.
✔ Produtos de dados são desenhados para diferentes usos e consumidores, permitindo crescimento sustentável.
✔ Integração facilitada por arquiteturas como Data Mesh e Data Fabric, eliminando silos de dados.
06 Elementos-Chave para Implementar Produtos de Dados Compartilháveis e Reutilizáveis
Para que os produtos de dados sejam realmente compartilháveis e reutilizáveis, algumas diretrizes fundamentais devem ser aplicadas em qualquer metodologia de Dados Como Produto.
1. Definir Papéis e Responsabilidades
Para que produtos de dados sejam realmente eficazes e sustentáveis, seu ciclo de vida precisa ser estruturado com papéis bem definidos. Uma abordagem amplamente adotada em ecossistemas maduros de dados categoriza os principais atores desse ciclo em três perfis essenciais:
1️⃣ Produtor de Negócio – Responsável por definir quais dados devem ser coletados, garantindo que estejam alinhados às necessidades estratégicas da organização e tenham valor claro para o negócio.
2️⃣ Produtor Técnico – Cuida da estruturação, qualidade, segurança e governança dos dados, assegurando que eles sejam acessíveis, interoperáveis e reutilizáveis para diferentes finalidades.
3️⃣ Consumidor – Representa os stakeholders que utilizam os produtos de dados para tomada de decisão, automação de processos, inteligência artificial ou inovação, garantindo que os dados sejam aplicáveis e tragam impacto real.
Essa segmentação permite que os produtos de dados sejam desenvolvidos de forma estratégica e escalável, promovendo um fluxo contínuo de valor: dados são gerados com propósito, governados com rigor e consumidos de maneira eficiente.
A seguir, exploramos os papéis e responsabilidades fundamentais para garantir que produtos de dados sejam compartilháveis, reutilizáveis e alinhados à filosofia de Dados Como Produto.
Papel | Responsabilidade |
---|---|
Data Product Owner (DPM) |
Define, prioriza e gerencia o ciclo de vida do produto de dados, garantindo que ele seja acessível, governado e reutilizável. |
Data Steward | Mantém a qualidade, padronização e conformidade regulatória dos dados, assegurando governança e segurança. |
Data Engineer | Projeta e otimiza a infraestrutura de dados, garantindo escalabilidade, automação e eficiência no compartilhamento e reuso dos produtos de dados. |
Data Architect | Define a arquitetura de dados e padrões de interoperabilidade, assegurando integração eficiente entre domínios e plataformas. |
Data Consumer | Utiliza os produtos de dados para tomada de decisão, inovação e desenvolvimento de novos modelos de negócios, validando sua usabilidade e impacto. |
2. Arquiteturas Habilitadoras: Data Mesh e Data Fabric
Para garantir que produtos de dados sejam compartilháveis, reutilizáveis e escaláveis, é essencial que a infraestrutura de dados suporte esse modelo de consumo. Duas das arquiteturas mais discutidas e aplicadas atualmente para viabilizar essa abordagem são Data Mesh e Data Fabric.
Elas não são concorrentes, mas complementares, cada uma abordando desafios distintos da gestão e integração de dados distribuídos.
Tecnologia | Descrição | Benefício |
---|---|---|
Data Mesh | Uma abordagem descentralizada na qual os próprios domínios de negócio são responsáveis por criar e manter seus produtos de dados, eliminando a dependência de times centralizados de TI. | Maior autonomia, escalabilidade organizacional, qualidade e governança. |
Data Fabric | Uma infraestrutura tecnológica que automatiza a integração de dados distribuídos, conectando fontes heterogêneas sem necessidade de movimentação massiva. Utiliza inteligência artificial e automação para facilitar a descoberta e consumo de dados. | Redução da duplicação e movimentação desnecessária, acesso mais rápido e eficiente e Governança e segurança unificadas |
Por que essas arquiteturas são fundamentais?
• Eliminam silos de dados, tornando a descoberta e reutilização mais eficientes.
• Facilitam o consumo de produtos de dados por diferentes áreas de negócio sem fricção técnica.
• Criam um ecossistema escalável onde os dados são tratados como produtos desde a sua origem.
3. Governança e Contratos de Dados (Data Contracts)
A governança garante que os produtos de dados sejam seguros, rastreáveis e confiáveis. Contratos de Dados formalizam regras para consumo e compartilhamento, evitando que mudanças inesperadas causem impactos negativos em sistemas dependentes.
Elementos essenciais da governança:
• Definir SLAs para disponibilidade e atualização de dados.
• Estabelecer padrões para versionamento e compatibilidade de modelos de negócio/dados.
• Implementar RBAC e ABAC (Role-Based e Attribute-Based Access Control) para garantir acesso seguro.
🔹 Ponto de Atenção: sem contratos de dados, alterações inesperadas podem quebrar pipelines, comprometer dashboards analíticos, gerar falhas em modelos de IA e afetar processos automatizados. Isso resulta em inconsistências, perda de confiabilidade e impactos negativos na tomada de decisão. Contratos de dados garantem previsibilidade, versionamento e regras de consumo que protegem consumidores e evitam interrupções operacionais.
4. Automação e Observabilidade: Monitorando o Consumo dos Produtos de Dados
Produtos de dados precisam ser observáveis e auditáveis. Isso significa que seu consumo deve ser rastreável e as métricas devem ser utilizadas para otimizar sua usabilidade.
✔ Boas práticas:
• Utilizar logs de acesso e telemetria para entender como os dados estão sendo consumidos.
• Implementar testes automatizados de qualidade e validação contínua.
• Medir a taxa de reutilização dos produtos de dados, garantindo que estejam sendo efetivamente utilizados.
🔹 Ponto de Atenção: sem automação, processos de ingestão e atualização de dados podem se tornar manuais e propensos a erros, reduzindo a confiabilidade e eficiência operacional. Além disso, sem rastreamento adequado, não há controle sobre o consumo dos produtos de dados, o que pode levar à obsolescência, redundância e desperdício de recursos. Dados sem monitoramento ativo não são apenas subutilizados—podem se tornar inviáveis para tomadas de decisão estratégicas.
5. Adoção Progressiva e Planejamento para Escalabilidade
Muitas empresas falham na adoção de Dados Como Produto porque tentam implementar tudo ao mesmo tempo. A abordagem incremental é essencial para garantir o sucesso.
✔ Fases recomendadas para adoção:
1️⃣ Definir produtos de dados iniciais em áreas estratégicas.
2️⃣ Garantir a governança e acessibilidade desses produtos.
3️⃣ Expandir a abordagem para outros domínios da organização.
4️⃣ Criar mecanismos de automação e escalabilidade.
🔹 Ponto de Atenção: implementações aceleradas sem planejamento estruturado resultam em produtos de dados desalinhados, dificultando sua adoção, gerando desperdício de recursos e falhas operacionais. Sem governança e métricas de ROI claras, como redução de custos e ganho de eficiência, esses produtos podem se tornar investimentos sem retorno. A chave para maximizar o valor dos dados está na adoção planejada e orientada a resultados tangíveis para o negócio.
6. Criar Mecanismos de Interoperabilidade e Acessibilidade
O valor de um produto de dados aumenta quando ele pode ser facilmente integrado a outros sistemas e plataformas.
Requisitos essenciais:
✔ APIs abertas e bem documentadas para consumo de dados.
✔ Marketplaces internos para descoberta e acesso simplificado.
✔ Ferramentas de catalogação para facilitar a busca por dados reutilizáveis.
🔹 Ponto de atenção: sem interoperabilidade, diferentes times podem criar versões redundantes dos dados, gerando inconsistências, desperdício de recursos e silos de informação. Isso compromete a governança e a confiabilidade das visões. Para evitar esses problemas, produtos de dados devem seguir padrões de interoperabilidade que garantam integração fluida, escalabilidade e eficiência no uso da informação.
O Futuro dos Dados Está no Compartilhamento e Reuso
Os dados não devem ser tratados como ativos isolados, mas sim como produtos projetados para consumo escalável. A capacidade de reutilizar informações de forma segura e eficiente diferencia organizações que monetizam e otimizam seus dados daquelas que apenas armazenam e processam informações sem gerar impacto real.
Pontos-chave para implementação bem-sucedida:
✅ Governança clara e papéis bem definidos, garantindo compliance, qualidade e segurança dos produtos de dados.
✅ Interoperabilidade e acessibilidade via APIs e catálogos internos, permitindo que dados sejam compartilhados e consumidos eficientemente.
✅ Contratos de dados para controle de versionamento e compatibilidade, evitando rupturas e inconsistências.
✅ Monitoramento e observabilidade, assegurando que os produtos de dados sejam utilizados e gerem valor real.
✅ Adoção progressiva e planejamento estratégico, garantindo escalabilidade sustentável.
✅ Arquiteturas habilitadoras como Data Mesh e Data Fabric, que estruturam e viabilizam a gestão descentralizada e integrada dos produtos de dados.
🚀 Se seus dados continuam presos em silos, sua empresa pode estar desperdiçando valor. Está na hora de evoluir para a filosofia de Dados Como Produto!
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Matias Rein é um pioneiro em dados e analytics desde 1995, integrando o time que trouxe o MicroStrategy ao Brasil (hoje Strategy). Formado em Análise de Sistemas (FATEC-SP) e com MBA em Gestão de Projetos (USP), liderou projetos estratégicos em Data Warehouse e BI, expandindo sua atuação para arquiteturas modernas e transformação digital. Empreendedor nato, fundou e gerenciou sua própria empresa. Atualmente, além de liderar alianças estratégicas na Keyrus Brasil, é autor e entusiasta de Dados como Produto, compartilhando conhecimento pelo Blog Data Pill Info e LinkedIn.
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